sábado, janeiro 21, 2006
Teoria das expectativas ou a tradição já não é o que era...
Imaginem então a cena - Sexta à tarde, numa pós graduação algures em Lisboa. Módulo de politica económica, professora com pinta de macroeconomista, pilha de acetatos com um ar chatíssimo.
Durante as primeiras 3 horas casca brilhantemente na classe politica, no conceito de globalização de que tanto se fala, na história da competitividade apregoada por todos a plenos pulmões, no discurso do comércio livre “justo”... Com pérolas do género:
“Frederic Bastiat, francês do século XIX, observou que o Sol fazia concorrência deslelal aos fabricantes de velas. Se as janelas pudessem ser fechadas durante o dia, argumentava ele, poder-se-iam criar muitos empregos na manufactura de velas”.
Finalmente, e para introduzir o modelo de equilíbrio geral, saca de um gravador com ar de que esteve na guerra, carrega no play e distribui uma folha com o seguinte:
A Ópera do Malandro – Chico Buarque
O malandro na dureza senta à mesa do café
Bebe um gole de cachaça acha graça e dá no pé.
O garçon no prejuízo sem sorriso sem freguês
De passagem pela caixa dá uma baixa no português.
O galego acha estranho que o seu ganho está um horror
Pega um lápis soma os canos passa os danos ao distribuidor.
Mas o frete vê que ao todo há engodo nos papeis
E por cima do alambique dá um trambique de cem mil reis.
O usineiro nessa luta grita fonte que o partiu
Não é idiota trunca nota lesa Banco do Brasil.
Nosso Banco está cotado no mercado exterior
É com taxa a cachaça há um preço assustador.
Mas os ianques com os seus tanques tem bem mais o que fazer
E proíbem os soldados aliados de beber.
A cachaça está parada rejeitada no barril
E o alambique tem xelique contra o Banco do Brasil.
O usineiro faz barulho com orgulho de produtor
Mas a sua raiva cega descarrega no carregador.
Este chega p’ro galego nega rego cobra mais
A cachaça está de graça mas o frete como é que faz.
O galego está apertado p’ro seu lado não está bom
Então deixa congelada a mesada do garçon.
O garçon vê o malandro sai gritando pega ladrão
E o malandro autuado é julgado condenado culpado pela situação.
Decididamente as expectativas foram goradas. A tradição já não é o que era...
Durante as primeiras 3 horas casca brilhantemente na classe politica, no conceito de globalização de que tanto se fala, na história da competitividade apregoada por todos a plenos pulmões, no discurso do comércio livre “justo”... Com pérolas do género:
“Frederic Bastiat, francês do século XIX, observou que o Sol fazia concorrência deslelal aos fabricantes de velas. Se as janelas pudessem ser fechadas durante o dia, argumentava ele, poder-se-iam criar muitos empregos na manufactura de velas”.
Finalmente, e para introduzir o modelo de equilíbrio geral, saca de um gravador com ar de que esteve na guerra, carrega no play e distribui uma folha com o seguinte:
A Ópera do Malandro – Chico Buarque
O malandro na dureza senta à mesa do café
Bebe um gole de cachaça acha graça e dá no pé.
O garçon no prejuízo sem sorriso sem freguês
De passagem pela caixa dá uma baixa no português.
O galego acha estranho que o seu ganho está um horror
Pega um lápis soma os canos passa os danos ao distribuidor.
Mas o frete vê que ao todo há engodo nos papeis
E por cima do alambique dá um trambique de cem mil reis.
O usineiro nessa luta grita fonte que o partiu
Não é idiota trunca nota lesa Banco do Brasil.
Nosso Banco está cotado no mercado exterior
É com taxa a cachaça há um preço assustador.
Mas os ianques com os seus tanques tem bem mais o que fazer
E proíbem os soldados aliados de beber.
A cachaça está parada rejeitada no barril
E o alambique tem xelique contra o Banco do Brasil.
O usineiro faz barulho com orgulho de produtor
Mas a sua raiva cega descarrega no carregador.
Este chega p’ro galego nega rego cobra mais
A cachaça está de graça mas o frete como é que faz.
O galego está apertado p’ro seu lado não está bom
Então deixa congelada a mesada do garçon.
O garçon vê o malandro sai gritando pega ladrão
E o malandro autuado é julgado condenado culpado pela situação.
Decididamente as expectativas foram goradas. A tradição já não é o que era...
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