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segunda-feira, maio 03, 2004

O porquê das coisas. 

Já sei, nunca vou poder ser bom chefe de família. Mas juro que não percebo. Vinte e dois gajos suados a correr, durante noventa minutos, sobre um relvado, com o único propósito de enfiar uma esfera de couro (ou sucedâneo) insuflada dentro de uma estrutura rectangular não me parece minimamente apelativo. Aliás, acho o conceito um bocado abichanado. Se fosse com gajas em trajes apertados, tudo bem, mas assim...

Ainda mais estranho é o conceito do “clube”. Tanta fanfarra porque uns tipos se vestem de vermelho e outros de verde. O que é que isso interessa? O problemático da questão é que o fenómeno não atinge apenas, como eu esperaria, os grunhos. Amigos meus, pessoas que eu considero inteligentes, ficam vidrados em frente à televisão a ver o seu respectivo clube jogar. Vibram com o assunto. E ficam de facto aborrecidos quando a sua cor não ganha.

Patético mesmo são as pseudo quezílias que se geram à volta de todo este circo. Já não basta o nosso panorama político ser, à falta de termo mais simpático, pusilânime (palavra gira, escrevam “imbecil” no word e carreguem em shift + f7), temos também de gramar com o disse que disse e polémicas estéreis sobre o comportamento de árbitros / dirigentes desportivos / treinadores / presidentes de câmaras e outros que tais. A importância que se dá a estes “factos” é sintomática do estado de estupidez reinante neste país.

Intolerável é o facto do dinheiro que eu pago diariamente ao fisco estar a ser utilizado para construir dez estádios novos neste “oásis” à beira mar plantado. Para que raio servem? Mais importante o que é que eu tenho a ver com isso? Qual é o racional por trás de ser o Estado a financiar equipes profissionais de futebol? Eu quero o meu dinheiro de volta foda-se! Que merda.

Muito estranho.

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